No dia 5 de julho, sexta-feira, o Museu de Arte de Belém (Mabe) abrirá duas novas exposições: “Levantes Amazônicos”, na sala Theodoro Braga, às 17h; e a exposição “Impermanência”, às 19h, na sala Antonieta Santos Feio. As mostras serão gratuitas e estarão abertas ao público de terça à sexta-feira, das 8h30 às 16h30, e aos sábados das 9h às 13h.
Como forma de valorização dos artistas locais, as duas novas exposições do Mabe têm por objetivo propor reflexões sobre o mundo contemporâneo, focando nas múltiplas culturas e territórios amazônicos.
Levantes Amazônicos – Na sexta, 5, às 17h, será realizada a abertura da Exposição “Levantes Amazônicos”, que estará aberta ao público de 5 a 28 de julho, na Sala Theodoro Braga. A mostra tem como tema central as relações entre imagens, emoções e lutas políticas na Amazônia.
“O termo levantes pode ser utilizado como metáfora ou alegoria para diversas manifestações políticas, que incluem formas e corpos em movimento, desejos persistentes por justiça e emancipação, gestos indignados e desobedientes, mas também afirmações de liberdade, demonstrações de esperança e as múltiplas maneiras de reexistir e reinventar a si mesmo”, explica o professor Leandro Lage, do programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia da Universidade Federal do Pará (PPGCOM-UFPA) e coordenador do projeto.
A exposição contará com mais de 50 obras de 43 artistas locais, às quais foram selecionadas com base em trabalhos em variados formatos: fotografias, produções audiovisuais, pinturas, gravuras, esculturas, entre outras obras de caráter experimental, para provocar diferentes modos de ver, pensar e sentir.
“Eu irei expor a narrativa ‘Levantes de Afeto’, que consiste em um conjunto de fotografias compartilhadas e do olhar do bem querer. Estou muito feliz por ter a oportunidade de expor o meu trabalho e comunicar sobre os afetos que existem na amazônia”, conta Matt Sousa, fotógrafo e artista visual, um dos expositores selecionados para a exposição.
O “Levantes amazônicos” faz parte das ações dos projetos de pesquisa intitulados “O destino da indignação: imagem e sublevações na Amazônia” e “Alegorias do sofrimento e da resistência: disposições afetivas da política em imagens fotográficas”, da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Pará (UFPA). Além disso, é realizada, em parceria com a Prefeitura de Belém, por meio da Fumbel, e com o Sesc Pará.
Impermanência – Às 19h, na sala Antonieta Santos Feio, será inaugurada a exposição “Impermanência”, da artista Sanchris Santos. A mostra seguirá aberta até início de setembro e contará com apresentação de pinturas, esculturas e vídeo-performance, realizado pelo performer Jaime Barradas.
Em sua exposição, Sanchris Santos ousa conformar paisagens transitórias do ser, percorrendo camadas profundas de si e refletindo sobre a apreensão da realidade do que se sente e vive, como crenças, certezas e incertezas.
Segundo a artista, “Impermanência” é uma oferenda existencial que problematiza a condição humana, as insurgências e os atravessamentos de vida e morte cotidianos.
“O tema da exposição traz reflexões sobre o indivíduo e a sociedade, com fundamentos em autores como Bergson, Bauman, Dondis. Impermanência resulta das transformações que passei e que tenho visto o mundo passar. Na práxis da artista e professora, a dimensão estética é associada à dimensão política, provocadora de reflexões. Espero que o público visite e se permita ser tocado pelas obras, participe e contribua com suas interpretações”, reforça Sanchris Santos.
A curadoria da exposição foi realizada por Janice Souza, pesquisadora e educadora do Mabe. Ela declara que, “a artista transita pelo universo das imagens e performances, focando no corpo, em construções e trajetórias. Essa exposição fala sobre o nascimento do corpo da mulher negra não-binária e como esse corpo está em estado de resistência o tempo todo. Durante a curadoria, fui tentando materializar essa Sanchris, que pensa e filosofa, em imagens e obras que possam nos impactar”.
As produções apresentadas ao público resultam do incentivo recebido da Secretaria de Cultura do Estado do Pará, pela Lei Paulo Gustavo. Além disso, a artista celebra a conquista através da Prefeitura de Belém, por meio da Fumbel.
“A procura do Mabe, como apoio à exposição, apresenta dois significados: emocional e apreço. O museu, tem uma trajetória na história de Belém, o reforço desta história se dá quando dá continuidade na gestão com profissionais que têm vínculo com a formação e atuação em artes, que amam o que fazem e olham para o museu compreendendo suas necessidades e perspectivas dentro do cenário social”, ressalta a artista Sanchris Santos.
Serviços:
Exposição “Levantes Amazônicos”
Abertura 05/07/2024
Horário: 17h
Local: Sala Theodoro Braga, térreo do Museu de Arte de Belém – Mabe.
Exposição “Impermanência”
Abertura 05/07/2024
Horário: 19h
Local: Sala Antonieta Santos Feio, térreo do Museu de Arte de Belém – Mabe.
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