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Cerca de 200 quilombolas receberam segunda dose da vacina contra covid-19 na Fumbel

“Vacinar é um ato de resistência do movimento quilombola, que também contribui para a construção da nossa própria identidade”, afirma a quilombola Jéssica Belém da comunidade do Cravo de Concórdia, na região nordeste do estado do Pará.

Ela atendeu ao chamado para vacinação contra covid-19 e recebeu a segunda dose nesta terça-feira, 14, na sede da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), em Belém, que juntamente com a Secretaria de Saúde do Estado do Pará (Sespa) promoveram a campanha no Memorial dos Povos.

Para Jéssica a vacinação contra a Covid é uma grande conquista. “A vacinação quilombola de pessoas que não residem nas comunidades é uma questão muito importante que a Prefeitura trouxe, porque ser quilombola não é estar no quilombo, é cultura, são memórias e tradições”, define.

Grupos prioritários

Na Campanha de Vacinação contra a covid-19, os quilombolas são considerados grupos prioritários conforme consta no Plano Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde, e no Plano Estadual de Imunização, do Pará. Assim tendo em vista que trabalhar grupos prioritários na vacinação é essencial para manter viva a cultura dessas comunidades.

Desde o início da pandemia na covid-19 até esta terça-feira, 14, no Estado, 162.541 quilombolas já receberam a vacinação contra a doença. Delas, 60.133 (37%) foram imunizadas com a primeira dose e 29.128 (17.92%) com a segunda dose, segundo dados do Vacinômetro do Governo do Estado.

A campanha foi realizada em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado do Pará (Sespa), a Coordenação Estadual Quilombola do Pará (Malungu), a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq); Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) e a Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel).

“Essa é a segunda dose da vacinação quilombola, específica para quilombolas residentes em Belém, que por motivos de estudo, trabalho ou tratamento de doenças não puderam se vacinar em seus territórios,” explica a antropóloga Lorena Alves, que é técnica na Coordenação Estadual de Saúde Indígena e de Populações Tradicionais da Sespa.

Pará mantém mais de 500 comunidades quilombolas 

O Pará ocupa a 4ª posição no ranking de número de quilombolas no Brasil, ficando atrás somente da Bahia, de Minas Gerais e do Maranhão. Assim, fundada em 2004, a Malungu tornou-se o espaço democrático e participativo que as mais de 500 comunidades quilombolas do Pará construíram coletivamente para garantir seus direitos, bem como para reafirmar a sua cultura e modo de vida junto à sociedade.

“A Malungu luta e defende todos os quilombolas do estado do Pará e pensando na população quilombola que vive fora de suas comunidades, decidimos articular com o Governo do Estado e a Prefeitura para vacinar os quilombolas que moram em Belém”, explica o assessor quilombola da Malungu, Christivan Alves.

Para essa campanha, a Sespa informou que foi realizado um levantamento de quilombolas que não conseguiram se vacinar em suas comunidades e cerca de 200 participaram da vacinação.