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Mais de 50% das obras de reforma e restauração do Palácio Antônio Lemos já estão concluídos

A Prefeitura de Belém segue o plano de obras de restauração e reforma por todo o Palácio Antônio Lemos. O serviço, iniciado em junho de 2022 pela Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), é detalhado e cuidadoso, uma vez que a construção é um prédio tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Mais de 50% da obra do Palácio já foi concluída, como a restauração de boa parte do piso inferior, os estuques decorativos dos tetos e a finalização da reforma de salas que vão abrigar a Prefeitura.

Para continuar o andamento avançado dos trabalhos, nesta etapa os pisos do andar superior passam por um inovador e avançado sistema de reforço, essencial para garantir a segurança da estrutura geral para as próximas fases.

Por dentro da obra
Nesse estágio da obra, inicialmente foi realizada uma inspeção visual para avaliar as condições do prédio e identificar problemas estruturais nas peças de madeiras já existentes. Em seguida, a equipe técnica utilizou equipamentos modernos, como um scanner a laser, único na Região Norte, para fazer simulações comparativas e análises das dimensões gerais da construção e assim produzir uma cópia digital em 3D da edificação.

O perito em engenharia responsável pela obra, Charles Aragão, disse que “cada vez que vamos avançando com a obra, vamos tendo descobertas impressionantes. Ele informou também que “uma das prospecções pictóricas (análise das camadas dos substratos encontrados no ambiente), as equipes encontraram douramentos, ou camadas folheadas em ouro, nos ornamentos já encobertos por várias camadas de massa PVA e tintas”.

Além dessas descobertas, a partir dos resultados do escaneamento do prédio, também foi possível simular a ação de pesos que a estrutura sustenta com segurança, seguindo as normativas previstas de sobrecargas de peso próprio, acidentais e combinações de diversas características.

“A restauração tem esse compromisso em manter a originalidade do imóvel. É necessário além de dedicação, respeito e conhecimento para executar de forma cuidadosa o restauro”, completou Charles.

O mestre de obras Ismael Lopes disse estar “orgulhoso de ter esse privilégio em poder conhecer mais a história de Belém do Pará, mas o [Palácio] Antônio Lemos foi e está sendo muito trabalhoso, porque nós encontramos ele muito ruim”.

O Palácio foi encontrado em condições precárias. As salas estavam com muita sujeira e até a estrutura estava comprometida pela falta de manutenção regular. A coordenadora de Patrimônios Históricos da Seurb, Débora Leite, declarou que para que o Palácio seja entregue com as características mais próximas às originais da época, “finalizamos as etapas de pesquisa e prospecção e que agora as equipes estão avançando para a fase de execução”.

Valor patrimonial
O valor patrimonial vai muito além das paredes e pisos do Palácio, uma vez que o Museu de Arte de Belém (Mabe) funcionava e voltará a funcionar no prédio. Pinturas, tecidos, esculturas e muitas outras peças de arte, que necessitam de armazenamento e conservação específica, estão sendo realocadas para uma nova reserva técnica, onde ficarão mais protegidas de agentes poluentes, trepidações da edificação e outras adversidades.

Emanoel Junior, museólogo, antropólogo e diretor do Mabe, comentou que com a realocação da reserva técnica e “com esses trabalhos de reforma e restauro, nós estamos conseguindo minimizar esses danos”. 

Em parceria com a Fundação Cultural de Belém (Fumbel), o trabalho continua sendo o de preservação das peças e do prédio, para que as próximas gerações possam conhecer a história de Belém e do Palácio, como Ismael comenta ao dizer que “não temos compromisso apenas com a empresa que nos trouxe para cá, mas com a capital. Para quando voltarmos aqui com nossos filhos e netos, a gente poder falar ‘Nós fizemos parte dessa restauração’”.

Débora Leite afirmou que “a equipe multidisciplinar resgata, através da execução deste trabalho, uma memória para o patrimônio e história de Belém”. Para finalizar, o diretor do Museu, Emanoel, disse que “agora a gente [técnicos] vai conseguir melhorar muitíssimo, muito sensivelmente a gestão e dar mais segurança para ele [o acervo]”.

Próximas etapas
O Palácio Antônio Lemos, tombado em 1942 pelo Iphan, é uma obra construída por José da Gama Abreu, que detinha o título de “Barão do Marajó”, no ciclo da borracha, em 1860. A partir da visita feita pelo Prefeito Edmilson Rodrigues em 2021, o projeto de restauro e reforma segue para voltar a abrigar o Mabe e a sede da Prefeitura de Belém. Além da execução da restauração, as próximas fases de instalação de piso e pintura poderão avançar em outras áreas, para que o Palácio volte à sua época de ouro.

O perito em engenharia Charles, também comentou que estão sendo implantadas tecnologias que darão mais segurança ao prédio, como detectores de incêndio, alarme de intrusão, rede de combate a incêndio, sonorização, dados e lógica “para deixar o Palácio estruturado para as possíveis eventualidades e necessidades”. A previsão de entrega do Palácio Antônio Lemos é para o final deste ano.

Texto:

Sarah Carneiro