Imagens históricas da Revolução da Cabanagem chamaram atenção de pedestres e motoristas que passaram pelo Boulevard Castilho França na noite desta sexta-feira, 7. A apresentação promovida pela Prefeitura de Belém, por meio da Fundação Cultural de Belém (Fumbel), reproduziu um vídeo mapping, na fachada da Igreja das Mercês, em homenagem aos 187 anos do Movimento da Cabanagem.
A reprodução das imagens dos séculos XVIII e XIX cobriu a fachada da igreja e encantou o público, que acompanhou atento uma aula de história ao ar livre. Toda a projeção ocorreu ao som da trilha sonora do músico Salomao Habib.
Riqueza de detalhes – Atento a cada foto projetada, o assistente administrativo Max Almeida, de 27 anos, ressaltou a riqueza de detalhes na projeção.
“Um evento importante para resgatar a história do nosso povo, para resgatar uma luta importante que foi travada no território paraense, para demonstrar que o povo, pode sim, quando organizado, conquistar o poder e construir uma sociedade em que possa atender às nossas demandas”.
O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, acompanhou a projeção e destacou pontos importantes do movimento. “Foi muito bonito o que a Fumbel mostrou. Se nós tivemos um menino de 21 anos, como terceiro governador cabano, nascido em Aracati, lá no estado do Ceará, é porque o Grão-Pará é um mosaico de diversidade cultural e étnica. Temos a origem tupinambá marcando os nossos destinos, somos uma construção que é fruto de uma rica diversidade, por isso, é correto homenagear Marga Rothe, Irmã Dorothy e Quintino, que foram os novos cabanos”.
História – O Movimento da Cabanagem durou entre os anos 1835 e 1840 e marcou a história do Estado do Pará e da cidade de Belém. A revolução ficou marcada por ser a única do Brasil que levou o povo ao poder.
O objetivo da projeção foi reviver a história do maior movimento popular do Brasil, explicou o presidente da Fumbel, Michel Pinho.
“Hoje, fazemos um evento muito importante, que é caminhar pela história da cidade e pontuar a Cabanagem, um dos elementos mais importantes da luta popular da história do Brasil, são imagens do século XVIII e do século XIX que narram, não só a nossa constituição, mas a nossa própria história”.
Visitando Belém desde início da semana, a psicóloga Júlia Salgado, de 30 anos, natural do estado de São Paulo, ficou encantada com a história do povo cabano.
“Estamos uns dias aqui em Belém, ficamos sabendo do evento e viemos prestigiar. Pesquisamos um pouco sobre a Cabanagem quando soubemos do evento e achamos um movimento muito rico, por ter sido uma revolta do povo que conseguiu atingir o poder. Então, vindo aqui, vendo vídeos, ouvindo sons, vendo o audiovisual, foi muito rico, gostamos bastante”.
Revolução – Para o prefeito Edmilson Rodrigues, o Movimento da Cabanagem estará sempre vivo. “A Amazônia é a nossa região, é a possibilidade de um projeto de futuro, mas a Cabanagem é o orgulho de um povo amazônico, porque foi toda amazônica, foi todo o Grão-Pará, em armas, que assumiu o poder e que, naturalmente, por conta do momento histórico, as contradições de uma revolução num continente tão grande foi se fragilizando, mas permanece viva enquanto projeto de futuro, enquanto houver exploração, enquanto houver formas de opressão, enquanto uma única criança estiver na rua passando fome, o sonho cabano será motivo para uma práxis revolucionária do nosso povo”, concluiu.
